sábado, 27 de setembro de 2008




S i g e l a s c e n a s


Essa é a cena:
minha mulher dormindo com a cabeça pousada no travesseiro rosa,
deitado no mesmo travesseiro, o nosso negro gato

Da TV, recebo o mar estourando sobre os recifes de santa Lúcia;
aparentemente tudo é destruído, fragmentado,
perdido para sempre

O planeta terra
que mora aqui em casa nos reserva singelas cenas
O reino aquático transcende
os limites urbanos e chega aos aquedutos de nosso lar
impulsionado pelos furacões do pensamento
e pelas canções do Buena Vista Social Club
de meus amigos cubanos

Minha mulher dorme, o gatinho dorme...
escrevo essas linhas roçando as sobrancelhas
nos batons que recebo do oculto

EDU PLANCHÊZ

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