sábado, 27 de setembro de 2008
Garças são carneirinhos voadores
As garças pintam de branco o inverno do sertão de Sergipe,
são milhares, são milhões.
Garças são carneirinhos voadores
(nas lentes perfeitas da menina Cecília Meireles)
rolando pelas beiras dos manguezais “feito carretéis de lã”
Os mesmos pastores do poema de Cecília continuam assoprando
numa folhinha qualquer canção
enquanto a tromba d’água de sedentas garças despenca
sobre o telhado dos olhares
Esse é o inverno da fartura,
garças vindas das mais longínquas latitudes
são arco-íris de algodão
entrelaçado-se nos troncos e nos galhos
das árvores de nossas vidas
EDU PLANCHÊZ
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