sábado, 27 de setembro de 2008




Marilza Francisco do povo



“Edu Planchêz, o povo não compreende o que você escreve !”
Ouvi dizer que o povo mal sabe onde fica o buraco do cú,
mas possue seus mistérios

Quem foi que disse que escrevo para ser compreendido?

Eu me compreendo e isso já é o bastante,
não tenho obrigação alguma de escrever para algo ou para alguém

“As verdades vêem do povo!”
E as mentiras também, mas...

(No espelho, Edu Planchêz)
Povo, eu também sou povo, habito a mesma sociedade Terra,
freqüento o mesmo mercado, ando pelas ruas do povo,
bebo nos mesmos copos...

-“Mas, por que você não é igual a um nós
“que vai para o seu trabalho todo dia sem saber se é bom ou é ruim”?”
Por uma simples razão, eu penso, desenvolvi a custa de valiosas leituras
e vivencias o senso crítico e a habilidade de trilhar o próprio caminho.
Se o povo conhecesse Michel Foucault e outros mestres
do pensamento, deixaria a tola inocência,
deixaria de ser uma marionete sob as patas dos poderosos.

Infelizmente o povo não sabe o que significa a palavra marionete.

Desde que me descobri uma vaca profana abandonei a manada
porque Nelson Rodrigues me disse que “toda unanimidade é burra”.
E pensar, não é tão difícil assim,
basta pôr uma super dose de Artaud no fundo intenso do crânio.
Mas até chegar aos pés escuros de Artaud é preciso passar pela morte
da tríade tradição-família-propriedade.
Compreendo a dificuldade de se chegar a esse patamar,
mas algo precisa ser feito para que você não se torne algo inerte.


EDU PLANCHÊZ

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