sábado, 27 de setembro de 2008
MEU CORPO E O CORPO DOS JORNAIS
Ezra Pound entrando pelos orifícios do corpo,
do meu corpo de papel moeda,
do meu corpo de cinema novo
Versando sobre nenhum tema
porque nenhum tema passeia nessa hora
de juntar partículas e planetas
Planetas, arranco do papel
da última hora
e da volta dos que nunca deveriam ter ido
Compreender o ultimáto do agora
para dar outros formatos ao que está vindo
Os grande nomes do cinema
cabem no vão das águas
que invento sobre essa lâmina
Corto a cabeça do parafuso
formado por meu corpo e o corpo dos jornáis
para nunca mais ter que me rosquear
aos porões dos turvos pensares
O que fazer com tantos poemas?
O que não fazer com tantos poemas?
Fazendo da duvida o pulso do próximo passo,
do erro das fábulas do primoroso dia
Ferreira Gullar move as portas das casas
que agora são livros
Cassiano Ricardo mora comigo nos sótãos da cidade
e nos relâmpagos cortadores de línguas
As pedras fedorentas que o mundo nos atira
entram na metamorfose de nossas palavras roedoras
Minhas palavras roedoras correm, correm, correm...
até o rompimento da barragem,
até o homem comer com o cérebro sangrando o espelho
Agora tenho água na moringa libertária
do corpo que o barro me deu
Agora a cerâmica dos que pensam
em água adquire o formato de um copo vazio
EDU PLANCHÊZ
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